Anónimos *

* Parte de um texto publicado no Jornal do Centro, em 27 de Maio de 2005

     1. Segundo uma reportagem publicada no Diário de Notícias de 19 de Maio, em anos de eleições aumenta fortemente o número de denúncias anónimas contra Presidentes de Câmaras e autarcas em geral.
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      Rosário Teixeira, do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, fez, em Abril, a seguinte previsão: “Não podemos ser ingénuos. Até ao Verão vamos ser inundados com denúncias sobre autarcas.” Ao mesmo tempo, alertou para os riscos do Ministério Público (MP) prestar “fretes políticos”, caso avance com todas as investigações.
     O forum da página da Internet da Procuradoria tem trazido forte controvérsia acerca deste problema. Segundo percebi da notícia do DN, há duas posições sobre esta situação: (1) o MP indaga a verosimilhança e consistência da denúncia para ver se abre inquérito ou não; (2) o MP faz sempre abertura de inquérito logo que haja denúncia.
     Não há, portanto, uniformidade de procedimentos, embora me pareça que uma boa parte das denúncias deviam levar imediatamente o carimbo de “Arquive-se”, por falta de credibilidade.

     2. Não tenho sido atormentado com muitas denúncias anónimas. Acho este tipo de procedimento uma porcaria pelo que – das poucas vezes que recebi coisas dessas - enviei-as para o caixote do lixo imediatamente.
     É que não tenho as responsabilidades do Ministério Público e tenho cada vez menos paciência para aturar faltas de carácter.

     3. Quero dizer à pessoa que me mandou duas cartas para o PS (a primeira sem nome e a segunda com pseudónimo) que acho essa atitude uma nulidade cívica.
     Já agora digo-lhe mais: sobre o assunto que tratava nas cartas, tomei posição política em 15 de Novembro de 2001, posição em que pus o meu nome, a minha voz e as minhas convicções.
     Assumo o que penso e pago o respectivo preço, seja ele qual for. Sempre.
     Agora é a sua vez?

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