Era tão bom *

* Texto publicado hoje no Jornal do Centro

     
Era tão bom acabar a dança entre a política e os negócios e os negócios e a política.
     
Era tão bom pôr fim aos deputados em part-time.
     
Era tão bom travar a voracidade dos grandes escritórios de advogados.
     
Era tão bom o BES não estar sempre sentado no conselho de ministros.
     
Era tão bom termos menos ministros e todos eles escolhidos obrigatoriamente entre eleitos.
     
Era tão bom a transparência dos rendimentos e do património dos políticos não ser confundida com “inversão do ónus da prova” .
     
Era tão bom agregarmos concelhos e freguesias e isso não levar a guerras de campanário.
     
Era tão bom privatizar a parte comercial da RTP e, depois, o serviço público radiofónico e televisivo viver da taxa audiovisual e não do orçamento de estado.
     
Era tão bom o estado só encomendar estudos e pareceres dentro dos serviços públicos.
     
Era tão bom os deputados prestarem contas aos seus eleitores e não a quem os põe nas listas.
     
Era tão bom renegociar as PPPPP, as Parcerias Prejuízos Públicos Proveitos Privados, para os nossos filhos e os nossos netos terem futuro.
     
Era tão bom os boys e as girls terem vergonha na cara.
     
Era tão bom suspender o TGV.
     
Era tão bom um governo frugal e moderado nos impostos.
     
Era tão bom termos um verdadeiro mercado de arrendamento.
     
Era tão bom desligarem o complicómetro na justiça.
     
Era tão bom fecharem os governos civis.
     
Era tão bom os portugueses amarem a liberdade e não terem medo.

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