Carlos Costa Pina, um peão numa batalha implacável

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Em Maio de 2011,  Carlos Costa Pina, secretário de estado do governo José Sócrates, desalinhou da doutrina oficial do governo de então e defendeu a privatização da RTP.

Isso foi devidamente referenciado na altura no Jornal do Centro e aqui neste blogue.
     
Ter-se sabido hoje que Carlos Costa Pina acaba de ingressar nos quadros da Ongoing não faz alterar nada do que aqui foi dito no artigo O "estado social" é tudo e um par de botas embora deixe um travo amargo na boca: como não ligar o que Carlos Costa Pina disse em Maio com o emprego que ele obtém agora em Agosto?
     
Acrescenta-se: 

     
1. O PS, quando no poder, tem tido sempre uma abordagem instrumental aos media e nunca teve uma política com pensamento estratégico: Arons de Carvalho, o socialista com mais biografia nas políticas para a comunicação social, foi sempre um peso-pluma no governo e um político imobilista.

     
Infelizmente não se conhece nenhum deputado socialista no parlamento que tenha pensamento nesta área. É pena porque, especialmente nestas matérias, precisa-se de uma oposição pelo menos tão competente como a posição.

     
2. Como diz o ex-ministro Manuel Pinho hoje no Expresso, "é uma indignidade Portugal assistir impavidamente à transferência de superespiões* na posse de informação confidencial sobre a vida de muitos nós" para um grupo mediático, a Ongoing, a empresa de Nuno Vasconcellos que, como é sabido, está na grelha de partida para a privatização de um canal da RTP.

     
3. Estamos a assistir a numa luta sem quartel entre o império mediático ascendente de Nuno Vasconcellos e o império mediático de Pinto Balsemão, que já conheceu melhores dias. 
     
O desfecho desta batalha vai desenhar o panorama mediático e político português no futuro. 
     
Porque — perceba-se — se Balsemão, embora podendo, nunca quis ser o Berlusconi português, não é seguro que, no futuro, não apareçam candidatos a esse duvidoso título.
     
4. Voltar-se-á a este assunto.

* Jorge Silva Carvalho, João Paulo Alfaro e Paulo Matos Félix (Fonte: Expresso, hoje, p. 3)

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