Spin, spin, spin

Na capa de hoje do Público

     Destruir o Vale do Tua é estúpido e é um crime que vai ficar sem castigo.
     Até Pacheco Pereira — a menos verde das criaturas que se podia citar — escreveu no seu Abrupto: "
entendo que é um verdadeiro crime e uma asneira, infelizmente com uma sólida tradição de outras asneiras por trás, construir a barragem prevista para o Tua. O que temos no vale do Tua, o rio, o vale, a linha ferroviária, o equilíbrio da terra, da água, das escarpas, da vegetação, do vento, da solidão agreste, é hoje único em Portugal. Ou seja, não há mais."
     O dinheiro do plano de barragens serviu para o governo de Sócrates fazer cosmética nas contas de 2008. 
     Com esse negócio, como conta hoje o Público, "as empresas de electricidade têm direito a uma ajuda pública, mesmo que, por hipótese, uma determinada barragem não produza electricidade num qualquer período do ano" — este "milagre" chama-se "garantia de potência".
     É possível que, por imposição da Troika, esta captura do interesse público pelos privados seja agora amaciada mas:
     — a barragem vai ser "cimentada", como, indisfarçando a impaciência, Sócrates reivindicou ao fatal Mexia;
     — o arquitecto Souto Moura vai arranjar um musgo visual qualquer para disfarçar esta barbárie cometida pelas nossas elites políticas e económicas;
     — esta notícia do Público é spin para entreter os créus.

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