A luz de Setembro

Fotografia de Frances McLaughlin-Gill

A luz de Setembro já não besoura
aloura os corpos
mergulham no oceano
espalhando gotas de metal

Vozes chegam no arrastar das ondas
o amarelo ensopa-se de azul

Mergulhemos sem pressa
marcando álacres os passos
o mar apaga
marca as passadas apaga

O sol é pouco
morre vermelho sobre os dedos
das amendoeiras

Sustém a cabeça nas ondas
bebe a luz e os corpos
António Borges Coelho


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