Bancarrotas *

* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente quatro anos, em 21 de Maio de 2010


1. “Bancarrota” ou “default” são palavras que invadiram as manchetes dos jornais.

Num ensaio recente, os especialistas em história económica Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart estabeleceram uma correlação muito forte entre os colapsos bancários e as bancarrotas dos países. 

O que está a acontecer às dívidas soberanas é uma decorrência da crise do sub-prime e tudo indica que a libra e o dólar (que têm sido tipografados furiosamente) vão ter problemas.

Para tornar curta uma história longa – há no mundo um risco elevado de default de países ricos. Não se ponham de fora dos radares a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.

Para já, os sarilhos concentram-se no euro e na situação encravada dos países corruptos do sul.

Portugal está na fila da frente dos problemas porque as elites económicas e as elites políticas, em conúbio descarado, derreteram os fundos comunitários e hipotecaram o futuro dos nossos filhos com um endividamento insano.

Fotografia achada aqui
2. Miguel Frasquilho acumula. É, ao mesmo tempo, deputado da nação e quadro do BES, o banco do regime.

Esta semana, o PS criticou-o por ele como deputado dizer preto ao que como empregado do BES chama branco.

Quanto ao grosseiro conflito de interesses do deputado laranja, o PS não disse nada. É que quem tem telhados de vidro…

3. Os campeões de bancarrotas na Europa são a Grécia com 5 bancarrotas (90 anos de impacto); a Espanha, 12 bancarrotas (57 anos) e, sem surpresa, Portugal, 5 bancarrotas (24 anos).

A primeira bancarrota portuguesa foi em 1560, na regência da viúva de D. João III, e as outras quatro aconteceram durante a monarquia constitucional: em 1828; 1837-1841; 1850-1856; 1892-1901.

Com um cadastro financeiro destes no século XIX, não surpreende que a monarquia tenha caído de podre e não tenha deixado saudade.

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