Fraquezas*

* Texto publicado há exactamente dez anos, em 7 de Julho de 2006


1. Viseu está fraco politicamente. Percebe-se isso com facilidade. José Junqueiro, o número um do PS no distrito, está em dificuldades. Depois da hecatombe das últimas autárquicas, em que o PS perdeu metade das câmaras que tinha no distrito, Junqueiro só pensa numa coisa: aguentar-se. Passar entre os pingos da chuva.

É sabido que, junto de José Sócrates, o sempiterno líder distrital do PS-Viseu tem uma influência próxima de zero. A universidade foi-se. O comboio descarrilou. O protagonismo político de Viseu já era. A situação lembra o título do filme de Victor Fleming: “E Tudo o Vento Levou”.

O quadro só não é completamente negro graças à qualidade da acção de António Borges, Presidente da Câmara de Resende. A visita de José Sócrates a Resende, no início de Junho, foi o reconhecimento do trabalho político daquele autarca. Merece também destaque o viseense Correia de Campos que está a ter uma experiência governativa, como Ministro da Saúde, muito mais positiva que a de 2001.

Não admira que seja para António Borges e Correia de Campos que o PSD-Viseu tenha virado ultimamente as suas baterias.

2. Os líderes do PSD e do CDS, Marques Mendes e Ribeiro e Castro, parece que engoliram um gravador de cassetes dos antigos e estão sempre a conspirar contra as nossas SCUTS. Durante o último ano não falaram doutra coisa. Parece que não podem ver uma camisa lavada a um pobre. As coisas não estão fáceis. Os nossos políticos locais não têm força para aguentarem as A24 e A25 sem portagens. Só nos resta confiar em José Sócrates.

3. O episódio das “pedradas” fragilizou Fernando Ruas e isso não é bom para a cidade e a região.
Fotografia Olho de Gato

Junqueiro e Ruas são, cada vez mais, o retrato da fraqueza a que chegou a política em Viseu. São políticos com mais passado que futuro.

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